Dia Internacional do meio ambiente, 5 de junho de 2016
Em homenagem ao dia mundial do meio ambiente, nosso Engenheiro Ambiental Luan Oliveira deu entrevista ao programa Fato Popular da rádio 88FM. Abordando sobre a criação da data e outros aspectos relacionados ao meio ambiente.
Confira parte da reportagem e outras questões levantadas:
Qual o contexto histórico da data?
Em 1972 foi realizado em Estocolmo na Suécia, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. A primeira vez que chefes de estados se reuniram para tratar de assuntos relacionados exclusivamente sobre o meio ambiente.
A conferência já vinha sendo desenhada a partir da década de 60. Com o livro Primavera Silenciosa a bióloga americana Rachel Carson relatou o caso dos agrotóxicos, onde os efeitos eram sentidos principalmente nas aves, que nasciam com deformações decorrente da casca do ovo ficar fina.
E em 1968 surge o Clube de Roma que era formado pelos mais renomados cientistas da época, e em 1972 exatamente no ano da conferência o clube lança o livro Os Limites do Crescimento que descreve e trata de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade tais como: energia, poluição, saneamento, saúde, ambiente, tecnologia e crescimento populacional, tornou-se o livro sobre meio ambiente mais vendido da história. A provável tragédia que poderá vir ocorrer se o atual sistema linear existente for mantido.
Essa data, que foi escolhida para coincidir com a data de realização dessa conferência, tem como objetivo principal chamar a atenção
Resultados da Conferência de 72:
Surge a Declaração de Estocolmo sobre o ambiente humano:
1. O homem é ao mesmo tempo obra e construtor do meio ambiente que o cerca, o qual lhe dá sustento material e lhe oferece oportunidade para desenvolver-se intelectual, moral, social e espiritualmente.
2. A proteção e o melhoramento do meio ambiente humano é uma questão fundamental que afeta o bem-estar dos povos.
(...)
6. Chegamos a um momento da história em que devemos orientar nossos atos em todo o mundo com particular atenção às consequências que podem ter para o meio ambiente.
Qual a importância desse dia?
Reflexão acerca dos problemas ambientais e para a importância da preservação dos recursos naturais, que até então eram considerados, por muitos, inesgotáveis.
Em razão da importância da conscientização e da dimensão do impacto gerado pelo homem, o Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data que merece bastante destaque no calendário mundial. Mas, não basta apenas plantar uma árvore ou separar o lixo nesse dia, é necessário que sejam feitas campanhas de grande impacto que mostrem a necessidade de mudanças imediatas nos nossos hábitos de vida diários.
Problemas Ambientais Atuais:
Os principais problemas que afetam o meio ambiente, pode ser destacado o descarte inadequado de lixo, a falta de coleta seletiva e de projetos de reciclagem, consumo exagerado de recursos naturais, desmatamento, inserção de espécies exóticas, uso de combustíveis fósseis, desperdício de água e saneamento básico.
Quais impactos ambientais mais comuns causados pelo homem? É possível afirmar que não há uma preocupação-compromisso de muitos empresários, ou em muitos casos eles simplesmente não tem ciência dos danos que causam ao ambiente?
De acordo com a CONAMA 001/86 em seu artigo diz:
“Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais. ”
Assim, pela definição que se tem, toda e qualquer atividade antrópica irá causar uma consequência ao meio ambiente, um impacto ambiental. Mas tudo dependerá da intensidade de matéria ou energia resultante das atividades humanas que será lançada ao meio. Pela segunda lei da termodinâmica temos que a energia é degradada (perde a sua qualidade) em cada nível de uso. O meio ambiente tem um alto grau de resiliência, conseguindo ter um grande poder regenerativo.
Dessa forma, uma ideia mais didática é a associação: população, poluição e recursos naturais. O equilíbrio entre esses três elementos definirá a qualidade de vida no planeta.
Geralmente a poluição é tratado em sub-itens como: de poluição do ar, poluição do solo, poluição das águas, poluição sonora, poluição radioativa, entre outras.
Hoje em dia, com o avanço tecnológico e a globalização, o acesso a informação se facilitou, de mesmo modo a facilidade de conscientização também. Então é difícil falar que o agente poluidor não sabe das consequências que a sua atividade irá gerar. Ele pode não ter a consciência do grau de impacto, mas essa ingenuidade, na maioria das vezes não existe.
A questão é criar uma consciência ambiental e acima de tudo uma atitude prática positiva. Saber que toda poluição e impacto ambiental irá gerar um passivo negativo e, que toda ação gera uma reação, de igual ou maior intensidade. Não existe jogar o lixo fora, o planeta é um “sistema fechado” e como qualquer sistema ele tende a um máximo na sua entropia (grau de desordem). Cabe a nós, seres conscientes, vivendo neste planeta saber como iremos agir para manter nossa “casa” em ordem.
Região Sul Fluminense: É possível dizer que a área como um todo é bem preservada, ou você acredita que há pontos bem preservados em contraste com outros mais impactadas pela ação do homem e por indústrias que infelizmente não se adaptam de forma adequada aos impactos ambientais promovidos pela mesma?
A região Sul-fluminense tem um rastro histórico de degradação ambiental forte, principalmente quando levamos em conta o ciclo do café, onde nossas matas foram desmatadas para dar lugar a cultura do café e, posteriormente a pecuária, o que trouxe consequências desastrosas, como o impacto no solo por exemplo.
Por outro lado, o primeiro parque nacional está na nossa região o Parque Nacional de Itatiaia surge em 14 de junho de 1937, na era Vargas.
As indústrias da região têm que se adaptar a legislação ambiental se quiserem continuar funcionando.
Existe uma diferença entre as palavras preservação e conservação. Na preservação temos áreas consideradas livre da influência humana ou bem pouco exploradas. E na conservação se tem um equilíbrio entre o meio ambiente natural e as ações do homem.
Na região há “ilhas verdes”, áreas preservadas em contraste com a maior parte que foi antropizada. Vejo que temos muito o que fazer para poder dizer que a área é bem preservada.
Como a tecnologia pode auxiliar na preservação do meio ambiente?
A tecnologia contribui de modo significativo para a preservação ambiental, seja através de instrumentos de analises cada vez mais sofisticados, seja para monitoramento das áreas ou na criação de produtos e serviços verdes – que menos gera passivo ambiental.
Em um futuro não muito distante veremos grandes maravilhas que a tecnologia proporcionará ao meio ambiente. Atualmente podemos citar a inovação na geração de energias renováveis: como a energia solar, eólica, térmica; que são formas consideradas limpas na geração de energia.
Atitudes simples das pessoas podem contribuir para uma realidade melhor? Você acredita que a cultura de bons hábitos pode ser passada facilmente de pessoa a pessoa?
O principal agente de qualquer mudança é a atitude pratica, portanto acredito que toda e qualquer atitude, por mais simples que seja é válida e positiva quando direcionada para a preservação e uma realidade ambiental mais agradável.
Temos que pensar em nós (humanidade) como um só organismo vivo, e saber que somos sim, capazes de mudar a realidade do meio ambiente para melhor.
A mudança de hábitos tem que ser passada recorrentemente de geração pra geração. Partindo da nossa para a mais novas, e assim sucessivamente. Dessa forma, criaremos uma realidade melhor, mais consciente ambientalmente.
Alguns hábitos como: a separação dos resíduos gerados nas casas, separando plásticos, orgânicos e vidros.
A diminuição do impacto pessoal e residencial como: economizar energia (não deixar luzes acessas sem necessidade, desligar o monitor do computador quando não for usar), economizar água (ser econômico de uma maneira geral), não desperdiçar alimentos, utilizar a tecnologia para minimizar impacto como: uso da energia solar (que é um mercado que está crescendo nacionalmente), uso de eco fossas para regiões em que não há saneamento básico.