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Nascentes Hídricas: Tipos, Formação e Classificação

As Nascente Hídricas são os locais na superfície da terra onde há a descarga de água subterrânea, ou seja, são pontos iniciais de um curso d’água.


De acordo com o Dicionário Aurélio, nascente significa:

“Fonte de um curso de água, cabeceira”.



Sua vazão depende do tamanho e da riqueza dos lençóis freáticos na bacia hidrográfica inserida, responsáveis por seu abastecimento, e pode variar desde um litro por minuto até milhares de litros por minuto, e mesmo a menor vazão pode ser responsável pelo primeiro pequeno córrego de um grande rio.


Estes lençóis freáticos são formados pelas águas de chuvas que penetram no solo até encontrarem camadas impermeáveis, geralmente formadas por rochas. Dessa forma, a água preenche os espaços vagos tal qual uma esponja, e começa a se deslocar, de acordo com o tipo de solo e o formato das camadas geológicas subterrâneas. As nascentes, que trazem finalmente esta água até nós, ficam em encostas ou depressões do terreno que fazem com que o lençol freático encontre, ou aflore à superfície.



Identificação dos Principais Tipos:

Sendo classificadas de acordo com seu fluxo, são elas:


  • Nascentes perenes: se manifestam essencialmente durante o ano todo, mas com vazões variando ao longo do mesmo. Em épocas muito secas e em locais onde o leito do curso d’água seja formado de material muito poroso, o seu ponto de afloramento pode ficar muito difuso.


  • Nascentes intermitentes: fluem durante a estação chuvosa, mas secam durante parte do ano (estação seca). Os fluxos podem perdurar de poucas semanas até meses. Em anos muito chuvosos, podem dar a impressão de serem perenes.


  • Nascentes temporárias ou efêmeras: ocorrem somente em resposta direta à precipitação. São mais frequentes nas regiões áridas e semiáridas, mas ocorrem em todos os tipos de clima.

 

Já quanto a sua formação, podem ser classificadas como:


  • Nascente ou olho d’água: pode ser o tipo de nascente sem acúmulo d’água inicial, comum quando o afloramento ocorre em um terreno declivoso, surgindo em um único ponto em decorrência da inclinação da camada impermeável ser menor que a da encosta. São exemplos desse tipo as nascentes de encosta e de contato.


  • Veredas: são formadas por várias nascentes espalhadas de modo difuso, numa área de afloramento.


  • Nascentes com acúmulo inicial: quando a camada impermeável fica paralela a parte mais baixa do terreno e, estando próxima a superfície, acaba por formar um lago.

 

E podem ser classificadas também quanto a sua posição do terreno:


  • Nascentes Fixas: são aquelas que não mudam de posição ao longo do ano; são também chamadas de Pontuais.


  • Nascentes móveis: são as que se desenvolvem no fundo das calhas, sendo controladas pela saturação do lençol freático, causada pelos seus movimentos oscilatórios, fazendo-a migrar para montante e jusante, dando uma grande dinâmica aos canais de primeira ordem, onde este tipo de nascente é comum.

 

Temos também a classificação de Meinzer (1923 apud Davis e DeWiest 1966), baseada nas faixas de vazão de descarga na fonte. Esta classificação é apresentada na Tabela 1. A Figura 1 apresenta as várias formas de nascentes existentes e definidas por Davis e De Wiest (1966).



Tabela 1 – Classificação de fontes baseadas na taxa média de descarga (Meinzer 1923 apud Davis e DeWiest 1966).


Classificação de Nascente Segundo Meinzer

A Figura 1 a seguir, apresenta didaticamente os tipos de nascentes em função da geomorfologia.

 

O Glossário Hidrológico da UNESCO, (2011) apresenta as seguintes definições:


  • Fonte: (1) origem de um rio; (2) em dinâmica de fluidos, ponto (ou linha) de onde divergem as linhas de corrente.


  • Fonte difusa: nascente que emana de um meio permeável para uma área relativamente extensa.


  • Nascente: local de onde a água emerge naturalmente, de uma rocha ou do solo, para a superfície do solo ou para uma massa de água superficial.


  • Nascente artesiana: nascente cuja água provém de um aquífero artesiano, geralmente através de uma fissura ou outro tipo de abertura da formação impermeável que delimita o aquífero.


  • Nascente de contato: nascente em que a água flui de uma formação permeável subjacente a uma formação relativamente impermeável.


  • Nascente de depressão ou Nascente de gravidade: nascente que emerge para uma superfície, devido apenas ao fato dessa superfície interceptar o nível do aquífero.


  • Nascente intermitente ou Nascente periódica): nascente cuja vazão se produz apenas em certos períodos cessando em outros.


  • Nascente de falha geológica: nascente alimentada por água subterrânea profunda que emerge de uma falha de grande dimensão.


  • Nascente de fissura: nascente que surge de uma fissura.


  • Nascente de fratura: nascente que flui da fratura de uma rocha.


  • Nascente mineral: nascente cuja água contem quantidades significativas de sais minerais.


  • Nascente termal ou Nascente termomineral: nascente cuja água tem uma temperatura superior à temperatura anual média do local onde ela emerge.


  • Nascente vauclusiana: ressurgência em regiões cársticas que é controlada por um sifão natural e com funcionamento intermitente.

Em casos de nascentes de afloramento da superfície freática, a presença da vegetação original proporciona condições de recarga e armazenamento, pois favorece o processo de infiltração das águas de chuva, e assim garante a manutenção da vazão.


A não preservação dessas condições na nascente e seu entorno, provoca seu desaparecimento, como é visto em várias paisagens no Brasil, pois sem capacidade de infiltração, não existe recarga e há assoreamento no canal de drenagem.

 

Identificar e classificar os principais tipos de nascentes é crucial para entender sua real importância para a propriedade rural, bem como para a sociedade e sua contextualização face a bacia hidrográfica na qual está inserida.


A valorização das propriedades rurais está intimamente relacionada aos recursos naturais e infraestrutura ambiental disponíveis nas mesmas. Os recursos naturais bem manejados pelos produtores rurais orientado para sustentabilidade, tem proporcionado ganhos monetários significativos para o agronegócio, quebrando o paradigma de que o desenvolvimento e progresso do campo é em função da perda da qualidade ambiental.

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Referências Bibliográficas:


DAVIS, S.N. & DEWIEST, R.J.M.. Hydrogeology. John Wiley & Sons. 1966. 463 pp UNESCO. Glossário Internacional de Hidrogeologia.


Disponível em: (http://webworld.unesco.org/water/ihp/db/ glossary/glu/PT/GF1166PT.HTM. Acesso em 16 de maio de 2017).





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